segunda-feira, 17 de junho de 2019
ELOGIO AO CEPEDUC-IEMA E SUAS PESQUISAS INAUGURAIS
Por
Raimundo Palhano
Em 17
de junho de 2019.
Dois
lançamentos especiais do Centro de Estudos e Pesquisas para a Excelência em
Educação – CEPEDUC nos reúnem neste dia 17 de junho de 2019 e nesta sala de
reuniões do IEMA. Poderia também ter sido na Praça do Pantheon, a céu aberto,
de preferência ao entardecer, iluminados pelas estrelas da ancestralidade cultural
maranhense. As circunstâncias da conjuntura, todavia, nos unem aqui e agora. Por
isso estamos nos sentindo aplaudidos por milhares de uns, para os quais fizemos
este esforço intelectual e muscular nervoso, na expressão de Antonio Gramsci, representados
pelas duas obras evidenciadas, vinculadas, organicamente, ao compromisso institucional
e pessoal em favor da concretização do projeto de uma educação de qualidade
para todos os maranhenses.
São
dois estudos pioneiros, ambos vinculados ao desenvolvimento das bases instituidoras
do IEMA, nascidas de ousadia do atual governo estadual, na medida em que o
Instituto representa a iniciativa de política pública mais avançada e inovadora
em operação no universo educacional do Maranhão.
O primeiro estudo, denominado IEMA: Educação
Profissional Científica e Tecnológica Capacitada para o Desenvolvimento do
Maranhão – Um Olhar Sobre Desenvolvimento Municipal e
a Dinâmica do Emprego no Mercado de Trabalho Formal, é
uma prospecção de muito fôlego sobre o papel do IEMA no contexto do
desenvolvimento municipal e regional maranhense, fruto de pesquisas sobre expectativas
dos setores público e privado quanto à atual e futura presenças da instituição
em seus territórios, previstas para atingir 100 unidades entre 2019-2022. Trata-se
de um olhar sereno e percuciente sobre o atual modelo de desenvolvimento
municipal, tendo como foco a dinâmica do emprego no mercado de trabalho formal,
adotado como transversalidade para subsidiar a realização do trabalho
técnico-científico de definição de itinerários profissionais e elaboração de
perfis de cursos adequados ao ambiente econômico e social. As pesquisas envolveram
trabalhos de campo e tratamento de dados primários e secundários de municípios programados
para receberem Unidades Plenas do IEMA, com o propósito de identificar as
especialidades produtivas locais e as expectativas de desenvolvimento, presentes
nas políticas públicas municipais, objetivando oferecer subsídios para o
direcionamento dos cursos técnicos a serem ofertados, culminando com a
indicação de uma cesta de cursos apropriados aos contextos locais e globais, os
quais serão submetidos às futuras audiências públicas municipais, tudo na
conformidade do Projeto Institucional Bases para Expansão do IEMA 2019-2022.
O
segundo estudo, intitulado de Guarnicendo uma Nova Geração de Tapuias:
Possibilidades de Protagonismo Juvenil pelo IEMA, dialoga crítica e analiticamente
sobre o Protagonismo como estratégia basilar do projeto pedagógico do Instituto,
propondo-se a fortalecer competências e habilidades essenciais para formar uma
nova geração de maranhenses, apta para o século 21, descentralizando as ofertas
de educação básica de qualidade, atuando nas regiões do interior do Estado. O Guarnicendo aprofunda a presença protagônica dos estudantes até o atual
momento do IEMA, analisando e interpretando o esforço institucional pela
internalização deste objetivo estratégico na dinâmica de expansão institucional,
evidenciando o esforço pela transformação da realidade de jovens maranhenses. O
Protagonismo Juvenil foi visto na perspectiva de uma das mais relevantes premissas
institucionais para atingir a excelência educacional. O estudo revisita os
marcos teóricos, jurídicos e metodológicos, a partir das formas de
implementação da temática na instituição.
A pesquisa se completa com capítulo específico reservada à reflexão de
profissionais do IEMA e convidados sobre práticas em Protagonismo Juvenil, além de parte
específica que traduziu diálogos entre a Reitoria e os estudantes. Todo o trabalho
culmina com propostas para dinamizar o Protagonismo Juvenil no IEMA e
fortalecer o papel da Juventude no processo educacional, além de evidenciar o
compromisso com a formação de uma nova geração de maranhenses, capacitada para
contribuir para a construção de uma sociedade melhor para todos.
Considero os dois trabalhos como os
primeiros registros para a história do desenvolvimento do IEMA enquanto projeto
educacional instituinte. É também um testemunho multifacetado, plástico e
colorido, por envolver visões de mundo de analistas de múltiplas gerações e
geografias, tendo como resultante um verdadeiro repositório de sonhos, dispostos
a enfrentar o cerco dos tempos obscuros atuais, em que reeducar passa a
ser mais estratégico do que propriamente educar.
Em tempos de humanismo roubado, na definição
de Paulo Freire, e de perda de substância da autoridade política, é preciso uma
pedagogia que desenvolva os saberes decorrentes das experiências da opressão. Isso
requer novas identidades docentes e discentes. O diálogo entre professor e
aluno precisa ser inovador e capaz de estimular uma nova disputa sobre o que
fará parte do currículo enquanto conteúdos para uma cultura e política baseadas
na equidade e na democracia.
O CEPEDUC nasceu provocado por este
desafio, jamais para ser mais um centro de estudos e pesquisa. Sua
missão será de se comprometer com o novo humanismo. Octavio Paz afirmava que a
condição humana é marcada por duas forças opostas: a solidão e a comunhão. O
CEPEDUC nasce assim com a missão de abrir novas trilhas. A sociedade em que o espírito
animal é apreciado como valor supremo, promove a mais profunda das solidões,
aquela em que não há mais possibilidades de diálogos. A falência das revoluções
e o emergir do totalitarismo e da tirania exigem a construção de novas formas
de sociabilidade. É preciso superar a confiança ingênua dos benefícios do
pregresso científico e tecnológico. Seremos, assim, marcados por dois desafios:
buscar compreender o presente e traduzir o significado das novas experiencias
que estão ocorrendo no mundo e no Brasil.
É
hora de agradecer a todos que contribuíram para a realização dos trabalhos. Em
primeiro lugar ao Reitor Jhonatan Almada, o mais talentoso, visionário e realizador
de todos os reitores com quem tive a honra de trabalhar. De um papel em branco
ao que é hoje criou o CEPEDUC e faz do IEMA um exemplo de educação qualificada.
Em seu gabinete devemos muito a Eneida Erre, prestimosa em todas as
circunstâncias. Impossível deixar de destacar a colaboração direta e indireta
de todos os dirigentes e servidores do IEMA, os quais abraçamos nas figuras singulares
de Celso, Leila, Suely e seus inesquecíveis cafezinhos. Obrigado vibrante a
todos que colaboraram nas pesquisas de campo, originários de São Luís e dos
municípios, destacando os nomes de Larisse Guedes Silva Almeida, Leandro
Victor Vieira, Elziene Nogueira Froes, Fábio Santos Ferreira, Arlênisa Nunes
Frohlich, Joana Lopes Freitas Luz, Astolfo Seabra de Carvalho Sobrinho, Joaquim
Airton Oliveira Júnior e o infatigável Francisco Barata. Agradecer também as colaborações
enriquecedoras de intelectuais renomados que escreveram e contribuíram para as
duas obras, como Tânia Bacelar de Araújo, Maria Izabel Calil Stamato, Cláudia
Costin, Alexsandro
Sousa Brito, Rossini Corrêa e João
Batista Ericeira.
Deixo
para o final deste breve e incompleto Elogio as melhores palavras de
agradecimento, reconhecimento e aplausos a Beatriz Lima Machado, Vinicius
Matos dos Santos Borges, Elane
Patricia Andrade de Oliveira, Marina Mirella dos Santos D’Caminha e Vitor
Sampaio Soares. Aprendemos muito com todas e todos Vocês. São, com todos os
méritos, os autores plenos das obras que hoje apresentamos aos dirigentes e
comunidade acadêmica do IEMA. Ericeira, Rossini e eu fomos apenas os
responsáveis pelas vírgulas. A substância dos ideias e conteúdos são deles,
cabendo-nos apenas apor um aval repleto de orgulho. Não poderia deixar de
agradecer e mencionar o apoio inestimável, silencioso, inteligente e eficiente
de Beatriz Lima Machado ao longo da execução dos trabalhos, no exercício de
suas funções de coordenadora técnica e de articulação do CEPEDUC.
Pronto,
gente! Tambores e pandeirões já estão prontos para anunciar a chegada do boi. O
CEPEDUC é um boi encantado que acenderá os faróis de novas rotas para audazes
navegantes, como previu o poeta Jhonatan Almada!
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